A Universidade do Porto, criada
no século XX, tem atualmente cerca de 31000 alunos de diversos cursos nas
faculdades de Ciências, Letras, Medicina, Farmácia e Engenharia. Responsável
por produzir cerca de 1% de toda a ciência portuguesa, a Faculdade de Ciências
está ranqueada entre as 500 melhores faculdades de todo o mundo, recebendo, em
média, 6000 alunos calouros, dentre eles, cerca de 5% alunos de mobilidade.
Neste ano, a Faculdade de
Ciências recebeu o primeiro grupo de estudantes brasileiros pelo “Programa de
Licenciaturas Internacionais”. Grupo pioneiro na experiência, que tem como
objetivo elevar a qualidade da graduação no Brasil, tendo como prioridade a
melhoria do ensino dos cursos de licenciatura e a formação de professores, por
meio da ampliação e dinamização das ações voltadas à formação inicial e
implementação de novas diretrizes curriculares para a formação de professores,
com ênfase no ensino fundamental e no ensino médio.
Diferentemente dos modelos e
padrões de estudo do Brasil, a Universidade do Porto, exige de seus alunos
muito mais empenho e dedicação fora do horário de aulas. Uma vez que no Brasil
a média de tempo de estudo é de 4h/dia, em sala de aula, em Portugal os alunos
se dedicam 8h/dia, podendo variar de curso para curso e quantidade de
disciplinas candidatadas.
Os alunos portugueses não
apresentam problemas quanto ao ritmo de estudos, uma vez que são condicionados a
este ritmo, desde o ensino primário (equivalente ao ensino fundamental no
Brasil) até o ensino secundário (equivalente ao ensino médio brasileiro). Já os
alunos participantes de mobilidade, e em um caso específico, os brasileiros
demoram a entender e se adaptar aos “novos” padrões do sistema de ensino
europeu.
Na Faculdade de Ciências da
Universidade do Porto, os cursos são divididos em 3 ciclos, compostos da
seguinte forma: 1° ciclo (título de licenciado, com duração de 3 anos, equivalente
ao bacharel no Brasil); 2° ciclo (2 anos, equivalente ao mestrado no Brasil); e
3° ciclo (3 anos, equivalente ao doutorado no Brasil).
Na Europa, mais precisamente em
Portugal, as pessoas que almejam lecionar no ensino primário e secundário têm
de se diplomar no 1° e 2° ciclos.
Para aprovação no 1° ciclo, os
alunos têm de optar por disciplinas que, no final dos 3 anos, atinjam 180
créditos (60 créditos por ano), já que cada disciplina apresenta uma quantidade
de créditos, variando pelo seu grau de complexidade e importância dentro de
cada unidade curricular.
No caso dos alunos do PLI, que têm
dupla titulação (dois diplomas emitidos por ambas as universidades, tanto
portuguesa quanto brasileira), terão de, ao longo de 24 meses, atingir 120
créditos para tal diplomação. A tarefa é aparentemente fácil, mas não é, uma
vez que consta como exigência do programa termos sido alunos da rede pública
brasileira, que encontra-se em um nível muito inferior quanto aos modelos
europeus.
Especificamente no curso de
“Licenciatura em Matemática”, parte das matérias cursadas no 1° ano da
graduação no Brasil, na Europa é estudada no ensino secundário.
As aulas, em particular as de
matemática, são composta por 3 formas: aulas teóricas, em que é apresentado na
íntegra todo o conteúdo em questão; aulas práticas, que resumem-se na resolução
de exercícios e em aulas teórico práticas, que é a junção do conteúdo aprendido
com exercícios resolvidos, resultando na aplicação de estudos de caso.
Desta forma, acredita-se que a
valorização do diplomado na Europa seja de grande valia em âmbito mundial, pois
todo o caminho percorrido pelo estudante mostra-se bastante desafiador. Além
disto, a Universidade do Porto conta com a maioria dos cursos homologados no
Processo de Bolonha, o que faz com que as disciplinas cursadas nesta
Universidade sejam igualmente válidas em outras localidades além de Portugal.
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