quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Desafiador caminho para a diplomação.




A Universidade do Porto, criada no século XX, tem atualmente cerca de 31000 alunos de diversos cursos nas faculdades de Ciências, Letras, Medicina, Farmácia e Engenharia. Responsável por produzir cerca de 1% de toda a ciência portuguesa, a Faculdade de Ciências está ranqueada entre as 500 melhores faculdades de todo o mundo, recebendo, em média, 6000 alunos calouros, dentre eles, cerca de 5% alunos de mobilidade.
Neste ano, a Faculdade de Ciências recebeu o primeiro grupo de estudantes brasileiros pelo “Programa de Licenciaturas Internacionais”. Grupo pioneiro na experiência, que tem como objetivo elevar a qualidade da graduação no Brasil, tendo como prioridade a melhoria do ensino dos cursos de licenciatura e a formação de professores, por meio da ampliação e dinamização das ações voltadas à formação inicial e implementação de novas diretrizes curriculares para a formação de professores, com ênfase no ensino fundamental e no ensino médio.
Diferentemente dos modelos e padrões de estudo do Brasil, a Universidade do Porto, exige de seus alunos muito mais empenho e dedicação fora do horário de aulas. Uma vez que no Brasil a média de tempo de estudo é de 4h/dia, em sala de aula, em Portugal os alunos se dedicam 8h/dia, podendo variar de curso para curso e quantidade de disciplinas candidatadas.
Os alunos portugueses não apresentam problemas quanto ao ritmo de estudos, uma vez que são condicionados a este ritmo, desde o ensino primário (equivalente ao ensino fundamental no Brasil) até o ensino secundário (equivalente ao ensino médio brasileiro). Já os alunos participantes de mobilidade, e em um caso específico, os brasileiros demoram a entender e se adaptar aos “novos” padrões do sistema de ensino europeu.
Na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, os cursos são divididos em 3 ciclos, compostos da seguinte forma: 1° ciclo (título de licenciado, com duração de 3 anos, equivalente ao bacharel no Brasil); 2° ciclo (2 anos, equivalente ao mestrado no Brasil); e 3° ciclo (3 anos, equivalente ao doutorado no Brasil).
Na Europa, mais precisamente em Portugal, as pessoas que almejam lecionar no ensino primário e secundário têm de se diplomar no 1° e 2° ciclos.
Para aprovação no 1° ciclo, os alunos têm de optar por disciplinas que, no final dos 3 anos, atinjam 180 créditos (60 créditos por ano), já que cada disciplina apresenta uma quantidade de créditos, variando pelo seu grau de complexidade e importância dentro de cada unidade curricular.
No caso dos alunos do PLI, que têm dupla titulação (dois diplomas emitidos por ambas as universidades, tanto portuguesa quanto brasileira), terão de, ao longo de 24 meses, atingir 120 créditos para tal diplomação. A tarefa é aparentemente fácil, mas não é, uma vez que consta como exigência do programa termos sido alunos da rede pública brasileira, que encontra-se em um nível muito inferior quanto aos modelos europeus.
Especificamente no curso de “Licenciatura em Matemática”, parte das matérias cursadas no 1° ano da graduação no Brasil, na Europa é estudada no ensino secundário.
As aulas, em particular as de matemática, são composta por 3 formas: aulas teóricas, em que é apresentado na íntegra todo o conteúdo em questão; aulas práticas, que resumem-se na resolução de exercícios e em aulas teórico práticas, que é a junção do conteúdo aprendido com exercícios resolvidos, resultando na aplicação de estudos de caso.
Desta forma, acredita-se que a valorização do diplomado na Europa seja de grande valia em âmbito mundial, pois todo o caminho percorrido pelo estudante mostra-se bastante desafiador. Além disto, a Universidade do Porto conta com a maioria dos cursos homologados no Processo de Bolonha, o que faz com que as disciplinas cursadas nesta Universidade sejam igualmente válidas em outras localidades além de Portugal.     

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